
Batalhões De Estranhos
- Eu Não Matei Joana D’Arc
- Casas Modernas
- Lena
- Ladrão De Banco
- Gotham City
- Noite E Dia
- Crime Perfeito
- Rosto E Aeroportos
- Hoje
- Cidade Fantasma
- Batalhões De Estranhos / Coiote No Cio
Letras
Eu Não Matei Joana D’Arc
(Marcelo Nova / Gustavo Mullem)
Eu nunca tive nada com Joana D’Arc
Nós só nos encontramos para passear no parque
Ela me falou dos seus dias de glória
E do que não está escrito nos livros de história
Que ficava excitada quando pegava na lança
E do beijo que deu na rainha da França
Agora todos pensam que fui eu que a cremei
Mas eu não sou piromaníaco eu juro que não sei
Ontem eu nem a vi, sei que eu não tenho um álibi
Mas eu, eu não matei Joana D’Arc
Eu nunca tive nada com Joana D’Arc
Nós só nos encontramos para passear no parque
Ela me falou que andava ouvindo vozes
E que pra conseguir dormir sempre tomava algumas doses
Uma rede internacional iludiu aquela menina
Prometendo a todo custo transformá-la em heroína
Agora eu estou entregue à ClA e à KGB
Eles querem que eu confesse, e eu nem sei o quê
Ontem eu nem a vi, sei que eu não tenho um álibi
Mas eu, eu não matei Joana D’Arc
Eu não matei Joana D’Arc
Eu não matei Joana D’Arc
Ontem eu nem a vi, sei que eu não tenho um álibi
Mas eu, eu não matei Joana D’Arc
Ontem eu nem a vi, sei que eu não tenho um álibi
Mas eu, eu não matei Joana D’Arc
Não, não, não fui eu, não, não, não, não
Ontem eu nem a vi, sei que eu não tenho um álibi
Mas eu, eu não matei Joana D’Arc
Ontem eu nem a vi, sei que eu não tenho um álibi
Mas eu, eu não matei Joana D’Arc
Casas Modernas
(Marcelo Nova / Gustavo Mullem)
Essa é a minha casa, esse é o meu lar
Através do olho magico alguém a buzinar
Da minha casa eu vejo o mundo
Vejo a cidade crescendo ao fundo
Imponente símbolo de decadência
Grande avanço da nossa ciência
Orgulho da nossa indústria
Cicatrizes da nossa indústria
Vivemos em casas modernas, arquitetura segura e eterna
Vivemos em casas modernas, arquitetura segura e eterna
Vivemos em casas modernas
O equilíbrio entre formas e cores
Demonstra uma perfeita simetria
Em minha casa eu tenho um quarto
Me tranco nele todos os dias
Maria Alice ela está realizada
Comprou uma casa esterilizada
La não nasce planta, não nasce bicho
Não nasce gente, não nasce nada
Vivemos em casas modernas, arquitetura segura e eterna
Vivemos em casas modernas, arquitetura segura e eterna
Vivemos em casas modernas
Deus abençoe as casas modernas
Deus abençoe as casas modernas
Lena
(Marcelo Nova / Karl Hummel)
Lena como foi que aconteceu, tanto tempo já passou
Você foi dar um mergulho e por pouco não se afogou
Lena você ainda se impressiona, com carros sem capota
Com discos de Bob Dylan e madames com cara de idiota
Lena onde estão aquelas fotos com você posando nua
E que livravam a minha cara quando você estava na rua
Lena veja o que o tempo faz, com as pessoas que não querem perder o gás
Lena veja o que o tempo faz, com as pessoas que não querem perder o gás
De sair na sexta à noite você logo ficava afim
E eu ficava com a impressão que esta cidade estava contra mim
Em Nova Iorque foi ao Village, pegou um taxi downtown
Apertou a mão de Ian Hunter, hei, isto aqui não é nada mal
Já voamos a favor do vento, nadamos contra a correnteza
Mas nada foi suficiente isso nós já temos certeza
Lena veja o que o tempo faz, com as pessoas que não querem perder o gás
Lena veja o que o tempo faz, com as pessoas que não querem perder o gás
Lena como foi que aconteceu, tanto tempo já passou
Você foi dar um mergulho e por pouco não se afogou
Lena você ainda se impressiona, com carros antigos, vermelhos, sem capota
Com discos de Janis Joplin e madames com cara de idiota
Lena onde estão aquelas fotos com você nua
E que livravam a minha cara quando você estava na rua
Lena veja o que o tempo faz, com as pessoas que não querem perder o gás
Lena veja o que o tempo faz, com as pessoas que não querem perder o gás
Lena veja o que o tempo faz
Ladrão De Banco
(Marcelo Nova / Karl Hummel / Gustavo Mullem)
Miguel era um ladrão de banco, ele andava injuriado
Sabia que o portão de ouro lhe havia sido fechado
Quando voltava para casa ele trazia o ódio no andar
E a revolta no seu peito é que o fazia respirar
Miguel era um ladrão
Miguel era um ladrão
Miguel era um ladrão de banco
Não bebia pra esquecer mas sim pra se lembrar
Que por trás de cada rosto há uma mentira pra contar
Miguel era um ladrão de banco, ele nasceu pra pular muro
Não acreditava em Deus, nem tampouco no futuro
Miguel era um ladrão
Miguel era um ladrão
Miguel era um ladrão de banco
Um dia andando pela calçada viu um carro pagador
Sentiu o cheiro do cifrão e foi provar do seu sabor
“Passe a grana seu otário que eu tô falando sério
Se quiser dormir em casa e não lá no necrotério”
Ele tentou atravessar a rua mas estava cercado
E com uma bala na barriga ele foi trancafiado
Miguel era um ladrão de banco, ele escolheu viver assim
Não era a primeira vez e não iria ser o fim
Sabia que ia fugir, como uma águia sai do ovo
Olhos abertos e garras prontas pra atacar de novo
Miguel era um ladrão
Miguel era um ladrão
Miguel era um ladrão de banco
Gotham City
(Jards Macalé / Capinam)
Aos 15 anos eu nasci em Gotham City
Era um céu alaranjado em Gotham Clty
Caçavam bruxas nos telhados em Gotham City
No dia da Independência Nacional
Cuidado, há um morcego na porta principal
Cuidado, há um abismo na porta principal
Eu fiz um quarto bem vermelho em Gotham City
Sobre os muros altos da tradição em Gotham City
No cinto de utilidades as verdades Deus ajuda
A quem cedo madruga em Gotham City
Cuidado, há um morcego na porta principal
Cuidado, há um abismo na porta principal
No céu de Gotham City há um sinal
Sistema elétrico, nervoso contra o mal
Tem um sambinha, futebol e carnaval
Todos estão dormindo em Gotham City
Cuidado, há um morcego na porta principal
Cuidado, há um abismo na porta principal
Os mortos vivos perambulam em Gotham City
Agora vivo o que vivo em Gotham City
Chegou a hora da verdade em Gotham City
A saída é a porta principal
Cuidado, há um morcego na porta principal
Cuidado, há um abismo na porta principal
Noite E Dia
(Marcelo Nova / Karl Hummel)
Mas eu hei de ter muitas mulheres, o meu iate, o meu carrão
E vou querer tudo igualzinho como eles mostram na televisão
Eu compro um carro, uma casa, uma família, eu quero estabilidade
Mas taxas e juros e o que se vende no crediário desta cidade
Dia – oito horas trancado
Noite – sem grana para sair
Dia – o corpo todo quebrado
Noite – acho melhor ir dormir
Viver sozinho nessa pocilga eu sei que e o maior perigo
Mas o meu bolso sempre vazio me mostra que eu não tenho amigo
Eu pego o expresso, eu pego o metro, fazendo a dança do sacolejo
E quando desço no fim de linha os “home” me dão baculejo
Dia – oito horas trancado
Noite – sem grana para sair
Dia – o corpo todo quebrado
Noite – acho melhor ir dormir
Mandei fazer uma folhinha, ela só marca o dia primeiro
Assim eu tenho a impressão que ando sempre com dinheiro
Mas ao inferno com essa pobreza, vou me embriagar de vinho barato
O sistema e eu já nos acostumamos a brincar de gato e rato
Dia – oito horas trancado
Noite – sem grana para sair
Dia – o corpo todo quebrado
Noite – acho melhor ir dormir
Crime Perfeito
(Marcelo Nova / Karl Hummel)
Sexta-feira à noite ele gasta a quinzena
Com whisky e com garotas que nunca valem a pena
Procura pela claridade, o órfão da escuridão
Invadindo sinais vermelhos, apanhado na contra mão
Correndo por nossas, vidas sem saber até onde
Correndo por nossas, vidas ainda não fomos muito longe
De costas pra essa chuva, de frente pra parede
Lábios e roupas estão molhados, mas o coração tem sede
Vive tentando matar o tempo pra ser um homem feliz
Acha que este e o crime perfeito, não se vê nem cicatriz
Correndo por nossas vidas, sem saber até onde
Correndo por nossas vidas, ainda não fomos muito longe
Correndo por nossas vidas, sem saber até onde
Correndo por nossas vidas, ainda não fomos muito longe
Rosto E Aeroportos
(Marcelo Nova / Gustavo Mullem)
Vou vestir a minha sombra,
Preciso me proteger
Eu sempre manejei bem as palavras
Mas agora não sei o que dizer
Sua voz tão calma e fria
Penetrou tão lentamente
Congelou o meu orgulho
Embaçou a minha mente
Vejo o seu rosto nos aeroportos
Nas ruas, cinemas, nos jornais
Vejo seus olhos nos faróis do meu carro
À noite eles sempre brilham mais
Vejo o seu rosto nos aeroportos
Nas ruas, cinemas, nos jornais
Vejo seus olhos nos faróis do meu carro
À noite eles sempre brilham mais
Vou vestir a minha sombra,
Preciso me proteger
Eu sempre manejei bem as palavras
Mas agora não sei o que dizer
Sua voz tão calma e fria
Penetrou tão lentamente
Congelou o meu orgulho
Embaçou a minha mente
Vejo o seu rosto nos aeroportos
Nas ruas, cinemas, nos jornais
Vejo seus olhos nos faróis do meu carro
À noite eles sempre brilham mais
Vejo o seu rosto nos aeroportos
Ruas, cinemas, nos jornais
Vejo seus olhos nos faróis do meu carro
À noite eles sempre…
Hoje
(Marcelo Nova / Karl Hummel)
Ouvi notícias de muito longe batendo na minha porta
Eu vi os garfos, eu vi as facas em cima da mesa posta
Pra que mensagens e telegramas se você chega e some
Tenho dinheiro e CPF, mas não me lembro o meu nome
Não há mais festa, nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas, eu vou embora
Hoje eu tô atrasado
Pra que escolas e faculdades não há nada pra aprender
Eu já não vejo, eu já não penso, já não consigo escrever
Sou faixa preta, toco guitarra, um dia vou pular de asa
Durmo de dia, trabalho à noite não sei se volto pra casa
Não há mais festa, nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas, eu vou embora
Hoje eu tô atrasado
Olhe pro trânsito, olhe o sinal, tá tudo engarrafado
Vídeo cassete, computadores e homens codificados
Tem uma loira que tá a fim, a ruiva diz que me ama
A negra quer, eu já não sei, quem é que eu levo pra cama
Não há mais festa, nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas, eu vou embora
Hoje eu tô atrasado
Tô abafado, me dá licença vê se sai da minha frente
Tenho miopia, sou hipotenso, meu pé tá sempre dormente
Amsterdã via Paris, acho que é nesse que eu vou
Mudei o corte do meu cabelo já nem sei como eu sou
Não há mais festa, nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas, eu vou embora
Hoje eu tô atrasado
Tô atrasado, tô atrasado
Tô, tô, tô, hoje eu tô atrasado
Hoje eu tô atrasado, tô atrasado
Atra, atra
Cidade Fantasma
(Marcelo Nova / Karl Hummel)
Isso tá virando uma cidade fantasma
Isso tá virando uma cidade fantasma
O vento assobia nas esquinas
Arrastando seu orgulho, apagando-lhe o nome
Pessoas passam fome
Guarde seu sapato vermelho
Hoje não vai ter show, alguém mudou de idéia
Violência na platéia
Isso tá virando uma cidade fantasma
Isso tá virando uma cidade fantasma
E na calada da noite
Os parques estão cheios de bocas caladas
Casas estão fechadas
Um raio rasga o horizonte
Luzes de néon projetam sombras no muro
O céu esta escuro
Isso tá virando uma cidade fantasma
Isso tá virando uma cidade fantasma
Isso tá virando uma cidade fantasma
Isso tá virando uma cidade fantasma
Batalhões De Estranhos / Coiote No Cio
Batalhões de Estranhos (Marcelo Nova / Karl Hummel)
Coiote No Cio – “Pink Panther” (Henri Mancini)
Nua e crua para as pessoas da rua
Uma idéia sublime para a prevenção do crime
Observe e informe aos homens de uniforme
Chegam por via aérea, sentinelas de nossa miséria
Eles vêm e vão, com a força de quem arrasa
Eles vêm e vão, mas nós ficamos em casa
Patrulham com intensidade os quatros cantos da cidade
Proíbem qualquer mudança, zelando pela segurança
Não dê credito aos rumores, de que há ódio, temor e dores
Só empurre a porta e abra, entre nessa dança macabra
Eles vêm e vão, com a força de quem arrasa
Eles vêm e vão, mas nós ficamos em casa
Eles vêm e vão, com a força de quem arrasa
Eles vêm e vão, mas nós ficamos em casa
—
“Ei, mamãe, tem um coiote lá fora…”