- Dançando na Lua
- A Raça Mansa
- Chamada a Cobrar
- Vento Insensato
- Manhã Manchada de Medo
- Sibilando Como Cascavel
- A Urna da Obsessão
- Só Morto / Burning Night
- O Estrondo do Silêncio
- Como no Inferno de Dante
Letras
Dançando na Lua
(Marcelo Nova)
Meu coração nasceu torto, ainda vai me matar
Ele faz o que quer, depois é que vem me contar
Vou andar sobre as águas, nelas vou caminhar
Até que o meu chapéu enfim comece a boiar
Amanhã estarei chegando na sua rua
Amanhã me espere em casa e por favor me espere nua
Mas hoje não porque hoje eu
Eu estou dançando na lua
Minhas cartas estão ruins mas eu nasci pra jogar
Foi lhe observando que aprendi a blefar
Você tirou as luvas e me acertou em cheio
Ah, foi melhor que Deus quando inventou os seios
Amanhã estarei chegando na sua rua
Amanhã me espere em casa e por favor me espere nua
Mas hoje não porque hoje eu
Eu estou dançando na lua
Agora os fatos estão com as vísceras expostas
O que você precisa nem sempre é o que você mais gosta
Seus olhos continuam bailando dentro do meu coração
Com as estrelas de Agosto se espatifando no chão
Amanhã estarei chegando na sua rua
Amanhã me espere em casa e por favor me espere nua
Mas hoje não porque hoje eu
Eu estou dançando na lua
Amanhã estarei chegando na sua rua
Amanhã me espere em casa e por favor vê se me espera nua
Mas hoje não porque hoje eu
Eu estou dançando, eu estou dançando
Eu estou dançando na lua
A Raça Mansa
(Marcelo Nova)
Aquelas sombras que dormiam distantes, hoje acordaram sobre o meu jardim
E o temporal arrancou o sentido, de quase tudo que eu queria pra mim
Ultimamente tenho estado isolado, quase não saio mais da minha cabeça
Lá fora a coisa está insustentável, vai piorar antes que amanheça
Nós dançamos a dança, nós cancelamos a luta
A nossa raça é mansa, a nossa massa é bruta
Nós vivemos de esperança
Nós… Nós pagamos as putas
Quantos senhores, ministros, pastores, mais de mil palhaços no salão
Convenceram o pobre do Seu Zé, que a fé substitui a razão
Acabou de chegar um cavalheiro, lá do Distrito Federal
Com a ganância enfiada no rabo, e nesse rabo cabe um arsenal
Nós dançamos a dança, nós cancelamos a luta
A nossa raça é mansa, a nossa massa é bruta
Nós vivemos de esperança
Nós… Nós pagamos as putas
Fui apresentado ao novo imbecil, que vejam só já é celebridade
Então todos ergueram um brinde à nossa própria mediocridade
Seja bem vindo ao nosso paraíso, nessa lama que encanta e seduz
Não esqueça a sua oração, e depois apague a luz
Nós dançamos a dança, nós cancelamos a luta
A nossa raça é mansa, a nossa massa é bruta
Nós vivemos de esperança
Nós… Nós pagamos as putas
Chamada a Cobrar
(Marcelo Nova)
Você disse que devolveu as chaves do meu carro
Mas eu tenho visto as marcas da sua trajetória
Você caiu no esgoto tentando chegar no topo
E agora me liga a cobrar do seu purgatório
Você disse que devolveu as chaves do meu coração
Mas onde elas estão, ah, isso é uma longa história
Cansei de ouvir o vento uivar e ver a lua mudar de lugar
Com sua gargalhada grudada na minha memória
Você torrou todo o meu dinheiro
No Rio de Janeiro
E agora me liga a cobrar
Você torrou todo o meu dinheiro
No Rio de Janeiro
E agora me liga a cobrar
Você torrou todo o meu dinheiro
No Rio de Janeiro
E agora me liga a cobrar
Você disse que devolveu as chaves do meu carro
Mas eu tenho visto as marcas da sua trajetória
Quando eu lhe pedi água você me deu gasolina
Você se move nos meu sonhos como um tubarão numa piscina
Você disse que devolveu as chaves do meu coração
Mas onde elas estão, ah, isso é uma longa história
Chega de ficar ligado naquele blábláblá do passado
Enquanto você só ouve o mesmo rádio quebrado
Você torrou todo o meu dinheiro
No Rio de Janeiro
E agora me liga a cobrar
Você torrou todo o meu dinheiro
No Rio de Janeiro
E agora me liga a cobrar
Você torrou todo o meu dinheiro
No Rio de Janeiro
E agora me liga a cobrar
Vento Insensato
(Marcelo Nova)
Vento insensato não para de soprar
Chuva pesada ele vai carregar
Não sabe as horas, nem quando parar
Feche a janela, não deixe ele entrar
Vento de outros tempos, de outro lugar
Sementes da discórdia ele vem espalhar
Deus lá em cima, lhe deu benção e perdão
Vento insensato varreu seu coração
Seus segredos voando, seus desejos ao léu
Se você acha seguro, então olhe pro céu
Como o fio da navalha, ele é frio, ele corta
Parte seus lábios, ele bate sua porta
Vento traiçoeiro, lhe quer como eu
Implorei que fosse embora, ele nem respondeu
Ele apaga seu fogo, ele esfria seu prato
Vento que ignora as regras do contrato
Jogando areia em seus olhos, lhe obriga a ver
Todas as coisas que você quer esquecer
Seus segredos voando, seus desejos ao léu
Se você acha seguro, então olhe pro céu
Vento que afaga como a brisa do mar
Tome muito cuidado, ele sabe blefar
Lambe sua nuca, não lhe deixa em paz
Você nem imagina do que ele é capaz
Vento insensato que não tem direção
Sempre segue o instinto, nunca ouve a razão
Seu assovio é triste, sua canção é ruim
Vento insensato, lhe arrancou de mim
Seus segredos voando, seus desejos ao léu
Se você acha seguro, então olhe pro céu
Seus segredos voando, seus desejos ao léu
Se você acha seguro, então olhe pro céu
Manhã Manchada de Medo
(Marcelo Nova / Drake Nova)
Hoje acordei com o coração apertado
Como se tivesse algo importante a dizer
Então resolvi permanecer calado
E escrevi esta canção pra você
Escrevi esta canção pra você
Ontem no frio sem nenhum agasalho
Tinha a toda vida sob o meu poder
Hoje no espelho vi meu cabelo grisalho
E escrevi esta canção pra você
Escrevi esta canção pra você
Mas não há por que chorar
Nem lamentar o que passou
Nossa dor é tão insignificante
Que até o sol hoje a rejeitou
Houve uma época de tantas certezas
Que se desvaneceram sem que eu saiba por que
Então empacotei toda a minha tristeza
E escrevi esta canção pra você
Escrevi esta canção pra você
Naquela noite pintada a dedo
Fomos sombras de não sei o quê
Nessa manhã manchada de medo
Escrevi esta canção pra você
Escrevi esta canção pra você
Mas não há por que chorar
Nem lamentar o que passou
Nossa dor é tão insignificante
Que até o sol hoje a rejeitou
Mas não há por que chorar
Nem lamentar o que passou
Nossa dor é tão insignificante
Que até o sol hoje a rejeitou
Sibilando Como Cascavel
(Marcelo Nova / Robério Santana)
Lancei minha alma através do invisível
Antes que chegasse o descanso eterno
Demorou, mas finalmente ela voltou cansada
Dizendo “em mim habita o céu e reside o inferno”
Aqui há um parque onde as crianças brincam
Foi lá que sedento, ontem beijei a sua boca
Aqui há um bar onde os adultos brindam
E a sentença é servida em gotas
Se a dor é constante
Mas o trajeto comprido
Não reclame da vida
Antes de tê-la vivido
Se a dor é constante
Mas o trajeto comprido
Não reclame da vida
Antes de tê-la vivido
Adoro a sua voz falando ao telefone
Sibilando no meu ouvido como uma cascavel
Acredite que jamais irei lhe enviar um e-mail
Nunca gostei de Bill Gates, eu sou fã de Graham Bell
Seus cabelos arrumados como num acesso de fúria
Sua boca, um cálice de veneno mortal
Seus olhos, prenúncio de uma grande tempestade
Seu sexo, uma promessa de prazer sem igual
Se a dor é constante
Mas o trajeto comprido
Não reclame da vida
Antes de tê-la vivido
Se a dor é constante
Mas o trajeto comprido
Não reclame da vida
Antes de tê-la vivido
A Urna da Obsessão
(Marcelo Nova / Drake Nova)
Quebre as promessas e o meu coração
Atire os restos aqui no chão
Quebre os vidros, quebre agora
Arranque a língua e jogue fora
Quebrei os sonhos, quebrei o selo
Dormi agarrado ao pesadelo
Meias verdades, mentira inteira
Botei mais lenha nessa fogueira
E nós queimamos, não foi mesmo, baby?
Ardendo através da escuridão
Agora somos cinzas, não é mesmo, baby?
Na urna da nossa obsessão
Quebre o salto da sua arrogância
Olhe pra mim, meça a distância
Quebre a garrafa, quebre a cabeça
Jure por Deus e depois esqueça
Quebrei as asas da sua vaidade
Cortei falsos laços de amizade
Enfiei os dentes na sua maçã
Cuspi o caroço, até amanhã
E nós queimamos, não foi mesmo, baby?
Ardendo através da escuridão
Agora somos cinzas, não é mesmo, baby?
Na urna da nossa obsessão
E nós queimamos, não foi mesmo, baby?
Ardendo através da escuridão
Agora somos cinzas, não é mesmo, baby?
Na urna da nossa obsessão
Só Morto / Burning Night
(Jards Macalé / Duda)
Nessa manhã de louco
O olho do morto reflete o foço
Nessa manhã de louco, todo mistério é pouco
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco, pedras rolam pro mar
Nessa manhã de louco, todo mistério é pouco
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco, espuma de sangue a brilhar
Nessa manhã de louco, todo mistério é pouco
Esse sol tão forte
É um sol de morte, esse sol
Tão forte, de morte, esse sol
Há quanto tempo eu não via
Um dia, um dia tão bonito
Um dia, um dia tão maldito
Há quanto tempo eu não via
Um dia tão bonito
Um dia, um dia tão maldito
Oh, see the city lights
I’ve never seen you so bright
Light is burning, let this burning
Burning night
Oh, see the city lights
I’ve never seen you so bright
Light is burning, let this burning
Burning night, burning night
Burning light
Há quanto tempo eu não via
Um dia, um dia tão bonito
Um dia, um dia tão maldito dia
Há quanto tempo eu não via
Um dia tão bonito
Um dia, um dia tão, tão maldito
Nessa manhã de louco
O olho do morto reflete o foço
Nessa manhã de louco, todo mistério é pouco
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco, espuma de sangue a brilhar
Nessa manhã de louco, todo mistério é pouco
O Estrondo do Silêncio
(Marcelo Nova / Robério Santana)
Maria sonha desde a noite passada com os Reis Magos que ela mesma fez
São três orações, nenhuma funciona, e a estrela decadente caiu outra vez
Jesus cuspiu no cego para curar cegueira, depois reuniu a gangue e logo deu o fora
Acabou pisando com vontade no rabo do cão e os dois estão se pegando há mais de meia hora
O martelo já bateu, a fanfarra já tocou
O estrondo do silêncio foi tudo o que restou
O martelo já bateu, a fanfarra já tocou
O estrondo do silêncio foi tudo o que restou
Sara ainda está imóvel, uma estátua viva que só olha para trás
Seus olhos choram lágrimas de sal, suas lembranças não a deixam em paz
Judas caiu de cabeça para baixo, em carne viva mas com a consciência morta
Saiu catando todas as trinta moedas, e as deixou bem em frente à minha porta
O martelo já bateu, a fanfarra já tocou
O estrondo do silêncio foi tudo o que restou
O martelo já bateu, a fanfarra já tocou
O estrondo do silêncio foi tudo o que restou
Madalena saiu lá do bordel, pra preparar um corpo no caixão
Mas jura que o defunto saiu voando e foi subindo torto, sem direção
Moisés ainda carrega tantas leis na mão, cinco são verdades, cinco são besteiras
E eu aqui dormindo com a mulher de alguém, que disse ele só volta na segunda-feira
O martelo já bateu, a fanfarra já tocou
O estrondo do silêncio foi tudo o que restou
O martelo já bateu, a fanfarra já tocou
O estrondo do silêncio foi tudo o que restou
O martelo já bateu, a fanfarra já tocou
O estrondo do silêncio foi tudo o que restou
O martelo já bateu, a fanfarra já tocou
O estrondo do silêncio foi tudo o que restou
Como No Inferno de Dante
(Marcelo Nova)
Parece que tudo aconteceu há muito tempo atrás
Quando as tardes eram longas e nós tão pequeninos
Você enterrava suas bonecas no quintal
E jogava areia nos olhos dos meninos
Hoje acordo com o cheiro insuportável dos domingos
Nem mil dúzias de rosas conseguem disfarçar
Talvez você precise mesmo voltar a beber
Eu certamente preciso parar de pensar
As estrelas parecem diamantes
Mas elas estão tão distantes
Que é melhor apenas deixar pra lá
Então vou seguindo adiante
E como no Inferno de Dante
Não sei qual caminho tomar
As estrelas parecem diamantes
Mas elas estão tão distantes
Que é melhor apenas deixar pra lá
Então vou seguindo adiante
E como no Inferno de Dante
Não sei qual caminho tomar
As maçãs do Éden que você colheu em outubro
Já estavam todas podres quando Novembro chegou
Assim como os seus beijos e as suas palavras
Que eram tão doces mas o tempo azedou
Perdido no frio dessa floresta tão escura
Com minha fibra e vontades jogadas a esmo
Um fantasma que grita, gargalha e perambula
Sem ter quem assustar a não ser a si mesmo
As estrelas parecem diamantes
Mas elas estão tão distantes
Que é melhor apenas deixar pra lá
Então vou seguindo adiante
E como no Inferno de Dante
Não sei qual caminho tomar